Ópera lírico-turística EM TORNO DE GIL VICENTE
Daniel Moreira, música; Ayres d'Abreu, libreto
Ninguém & Todo-o-Mundo
Teatro Helena Sá e Costa
Ensaio aberto: 8 de dezembro, 16h00 (apenas para grupos escolares)
Estreia: 9 de dezembro, 16h00
SINOPSE
O que nos dizem os forasteiros que visitavam as cidades portuguesas no tempo de Gil Vicente, há séculos atrás? Qual a sua relação com a urbe e respectiva população? O que os surpreendia, o que os decepcionava? Que proximidades e que diferenças se podem associar à nossa realidade actual? Que virtudes e que problemas daí decorrem?
Ninguém & Todo-o-Mundo é uma ópera que se divide em quatro quadros, estruturados como se se tratasse de um percurso de ida-e-volta entre a nossa contemporaneidade e o século XVI, lembrando figuras, episódios e ideias em torno da história e da literatura da viagem e do turismo nos séculos que medeiam os dois extremos. Olhar satírico, crítico, divertido e reflexivo, este percurso gizado sobre uma constante e complexa dualidade (o nacional versus o estrangeiro) juntará em palco dois solistas principais, um tenor e uma soprano, que se metamorfosearão em diversos papéis: Beatrice (uma mochileira italiana), Barão (um empresário inglês), Berzebu (o diabo principal), Bispo (um clérigo francês), Brünnhilde (uma investidora alemã), Dulce (uma jovem desempregada), Duquesa (uma nobre e falida viúva), Dinato (o secretário de Berzebu), Deolinda (uma moradora de rua) e Dâmaso (um agente imobiliário).
Entre o segundo e o terceiro quadros, a meio da ópera — isto é, no destino espácio-temporal mais recuado e longínquo e, ao mesmo tempo, mais universal —,um interlúdio desloca a exegese para um lugar infernal onde o diabo Berzebu e o seu secretário Dinato são confrontados com Ninguém e Todo-o-Mundo (representados simultaneamente pelo coro e pelo público do espectáculo), recuperando-se aqui o célebre quarteto moralizante que Gil Vicente concebeu para um dos momentos da Farsa da Lusitânia. A farsa, que somos todos nós e que não é ninguém, recontextualiza-se aqui num elogio bem-humorado e intemporal à viagem em sentido lato.
A viajar constroem-se mundos, apesar de todas as contradições inerentes à vivência e ao usufruto da descoberta.
Daniel Moreira, música
Edward Luiz Ayres d'Abreu, libreto
Teresa Nunes, soprano (Beatrice, uma mochileira italiana / Deolinda, uma moradora de rua / Dinato, o secretário de Berzebu / Duquesa, uma falida viúva / Brünnhilde, uma investidora alemã)
João Terleira, tenor (Dulce, uma jovem desempregada / Bispo, um clérigo patusco / Berzebu, o diabo principal /Barão, um empresário falido / Dâmaso, um agente imobiliário)
Coro do Conservatório de Música do Porto
Ninguém e Todo-o-Mundo
Crispim Luz, clarinete
Brenda Vidal, piano
Fábio Palma, acordeão
Miguel Amaral, guitarra portuguesa
Óscar Rodrigues, electrónica
Susana Lima, violoncelo
Jan Wierzba, direcção musical
Antonio Durães, encenação
Manuela Bronze, cenografia e figurinos
Mariana Figueroa, desenho de luz
Hugo Mesquita, vídeo
Bernardo Soares e Sérgio Coelho, correpetição
Produção | MPMP, Movimento Patrimonial pela Música Portuguesa
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