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Publicado em: 28 Janeiro 2025

MATS Lab - Memória

31 de janeiro de 2025, Teatro Helena Sá e Costa, das 16h00 -18h00 e das 20h00 e das 22h00.

MATS Lab 2025 – Memória
Instalações sonoras
31 de janeiro | Teatro Helena Sá e Costa (a entrada será feita pela Rua da Alegria 503)

No dia 31 de janeiro de 2025 (sexta-feira), o Teatro Helena Sá e Costa acolhe o MATS Lab – Memória, uma mostra dedicada a instalações sonoras criadas por estudantes do Mestrado em Artes e Tecnologias do Som (MATS) da ESMAE. O evento será aberto ao público em dois períodos: das 16h00 às 18h00 e das 20h00 às 22h00.

As obras apresentadas exploram a memória como conceito central, desafiando o público a vivenciar experiências sonoras imersivas e inovadoras. Cada instalação resulta de um processo criativo colaborativo que alia arte e tecnologia, refletindo a essência experimental e interdisciplinar do MATS.

Obras:

The weight of water 
Diogo Nóbrega, Steinar Skålid, Susana Brochado

Pechisbeque
David Amaral, Diogo Ferreira, Luís Araújo, Marcelo Martins

À flor do vapor
Alice Pereira, Daniela Cardoso, Pedro Cardin

Eclipse
Marco Soares, Luís Pereira, Rodrigo Neto

The weight of water 
Diogo Nóbrega, Steinar Skålid, Susana Brochado

Although a disputed fact, water is said to hold memory. This idea can be viewed both scientifically and abstractly and is the core concept of this installation. À droplet of water, or a single droplet of memory if you will, is released onto the underlying surface. This droplet of memory carries both visual and audio information. The sound is collected through a hydrophone and sustained within an acoustic feedback-loop. The visual part of the droplet's memory is represented through ripples constructed by the lower frequencies of the feedback. With this combination, we are extending a fleeting moment in time, giving the droplet a prolonged lifespan, before it
eventually, and inevitably, turns into memory again.

Embora seja um facto discutível, diz-se que a água guarda a memoria. Esta ideia pode ser vista tanto de forma cientifica como abstrata e é o conceito central desta instalação. Uma gota de água, ou uma única gota de memória, se preferir, é libertada para a superfície subjacente. Esta gota de memoria — transporta informação visual e sonora. O som é recolhido através de um hidrofone e mantido num circuito de feedback acústico. À parte visual da — memória da gota é representada através de ondulações construídas pelas frequências mais graves do feedback. Com esta combinação, estamos a prolongar um momento fugaz no tempo, dando à gota um tempo de vida prolongado, antes de, eventualmente e inevitavelmente, se transformar novamente em memória.

Pechisbeque
David Amaral, Diogo Ferreira, Luís Araújo, Marcelo Martins

Agora que dou por ela, nunca quis tanto em tão pouco tempo. Há uma necessidade forçada. Puxei pelos cabelos a ver se arrancava os neurónios, pequenos tubos com zeros e uns lá dentro. Queria saber se conseguiria ensopar as minhas memórias, fazer delas papa, amassá-las em forma de bola, atirá-las contra a parede — com a esperança de que lá ficassem. À memória óbvia é nojenta, dado o bolor acumulado, porque todas as lembranças estão no interior desta bola malcheirosa.
Andei meses com um aquário a fazer de cabeça. Ou terão sido anos? Partilhamos existência no mesmo plano mergulhado: entravam por uma orelha, saíam por um olho. Não como frases descritivas, mas como linhas de um contexto imensurável, complexas nos cheiros e nas cores. Uma sussurrou-me gentilmente pela pálpebra do olho esquerdo “se não somos um, seremos as mesmas ?”.

À flor do vapor
Alice Pereira, Daniela Cardoso, Pedro Cardin

Na intimidade, as Tágides cantam — musas invisíveis, tão próximas quanto inalcançáveis. O público espreita o ritual fugaz da inspiração, ao seu próprio ritmo, sempre fora de controlo. O canto seduz, mas a visão é breve. Como as ideias que surgem no banho, as musas vêm e vão, deixando apenas o eco do que poderia ser.

Eclipse
Marco Soares, Luís Pereira, Rodrigo Neto

Olhando o fosso através do caleidoscópio da memoria, e tendo-a, não como chegada, mas sim como base para a iniciação de uma deriva, lembramos os elementos arquiteturais, a história do edifício, o claustro que precedeu o teatro, a luz solar que outrora chegava desobstruída à cave, a este submundo cénico que agora nos propomos a reinterpretar. Queremos trazer Apolo ao abismo para o eclipsar no estrondo das sombras, criando, num jogo de luz e som, um alinhamento lunar que é provido de silêncio celestial. Vibrações cósmicas numa membrana incandescente de bronze, amplificadas até à surdez, ocultadas atrás de um corpo menor até à descoberta dum simples gesto.

 

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