A ESMAE acolhe o concerto e masterclass dos Drumming – Grupo de Percussão, na sexta-feira (dia 11 de outubro), pelas 16h30, na Sala de Percussão (104) da ESMAE.
Esta iniciativa faz parte de um ciclo de concertos baseados em obras do renomado compositor português Luís Tinoco, conhecido pela sua vasta produção musical e pela sua contribuição como produtor de rádio, professor e diretor artístico do Prémio Jovens Músicos e do festival homónimo em Lisboa, entre outros. O concerto, que será focado na componente musical, sem a vertente multimédia, contará com a interpretação de peças dos álbuns Archipelago (2019) e Alepo e Outros Silêncios (2022), ambos de Luís Tinoco, que será interpretado pelos Drumming sob a direção de Miquel Bernat, fundador e diretor artístico do grupo. 'Archipelago Lux' é o nome do projeto que junta música do disco “Archipelago” - música de Luís Tinoco para percussão - ao cinema de animação, criado no âmbito do Festival Punto y Raya, em Barcelona, do qual este concerto na ESMAE é preparatório.
O evento é de entrada gratuita sujeita à lotação da sala.
Programa:
Short Cuts (F) para Quarteto de Percussão (8:41)
Esta obra foi originalmente composta para quarteto de saxofones, mas recebeu várias transcrições para diferentes formações. A versão "F", para dois vibrafones e duas marimbas, estreada pelo Perkool Quartet, joga com a ideia de "atalhos", onde gestos musicais incisivos contrastam com a procura de caminhos mais curtos para atingir um objetivo sonoro.
Mind the Gap para Marimba Solo (8:30)
Com quatro movimentos, esta peça é inspirada na experiência do compositor em Londres, representando o fluxo de pessoas e sinais que encontramos ao nos deslocarmos pela cidade, como "Mind the gap", "Keep left" e "Keep right". Cada movimento foca-se numa direção específica, explorando as extremidades do teclado da marimba.
Spiralling para dois Vibrafones (11:08)
Composta para três percussionistas que alternam entre dois vibrafones, esta obra de 2020, estreada no Festival Internacional de Música da Póvoa de Varzim, explora a organização musical em torno dos instrumentos, em vez de ser estruturada pela atuação individual dos músicos.
Archipelago para Vibrafone e Tubos Wah-Wah (9:30)
Uma peça onde o vibrafone se une a tubos Wah-Wah afinados, criando um universo de microtons que reflete a natureza líquida dos sons. Inspirada pela diversidade das paisagens de um arquipélago, esta obra proporciona uma experiência sonora única com uma grande variedade de timbres.
Steel Factory para Ensemble de Steel Drum (10:40)
Composta para um ensemble de steel drums, esta peça destaca as características industriais e metálicas destes instrumentos, criando uma sonoridade que remete a um ambiente mecânico e eletrónico.
Estas peças, selecionadas pelo Drumming Grupo de Percussão, exploram uma ampla gama de sonoridades, ritmos e texturas, proporcionando ao público uma viagem sonora através de algumas das mais relevantes obras contemporâneas para percussão.
Drumming, Grupo de Percussão
Vocacionado para a música contemporânea e de portas abertas a todos os mundos sonoros, o Drumming Grupo de Percussão, fundado e dirigido por Miquel Bernat, percussionista e pedagogo de prestígio internacional, afirma-se como um dos mais importantes coletivos do género a nível internacional, desde o seu surgimento em 1999.
Foi grupo residente da Porto 2001 – Capital Europeia da Cultura e atua com regularidade nas mais conceituadas salas nacionais das quais se destacam a Fundação Gulbenkian, Teatro Nacional São João, Culturgest, Centro Cultural de Belém, Teatro Rivoli, Serralves, Casa da Música. No estrangeiro apresentou-se em Espanha, Bélgica, França, Alemanha, Itália, Suíça, Rússia, Brasil, Chile, Argentina e África do Sul.
O Drumming GP desafia a inovação sonora propondo espetáculos de caráter diverso, sustentados pela sua coerência estética e unidade poética que unem a música à vertente cénica e outras formas de arte, com o foco de inquietar o público e criar novos tipos de concerto, sempre com uma narrativa muito sólida. O grupo viaja da percussão erudita ao jazz, passando pela electrónica e o rock e tentando igualmente desenvolver música de cena para teatro, ópera e bailado. A sua constante atividade criativa conta também com as vertentes didático-pedagógica e social.
O Drumming GP é pioneiro na criação de uma orquestra de timbilas (instrumento tradicional africano e antepassado da Marimba) que tanto interpreta as músicas de tradição oral (de origem Moçambicana), como músicas concebidas por compositores contemporâneos que escrevem especialmente para o grupo. Criou também o primeiro ensemble de steel drums (instrumento tradicional de Trindade e Tobago) da Península Ibérica baseado também nas duas vertentes: tradicional e experimental.
Na sua constante atividade e criação de música contemporânea, em parceria com compositores e artistas conceituados, o Drumming encomendou e estreou, desde 1999, dezenas de obras e tem, por isso, contribuído significativamente para o crescimento do repertório para grupo de percussão e outras formações com percussão. Devido a este facto, o grupo conta com uma obra única e personalizada e actuou já com muitos outros agrupamentos e solistas, dos quais se destacam Ivan Monigueti (violoncelo), Glen Velez (percussionista), Sérgio Carolino (Tuba), e Edicson Ruiz (contrabaixo Orquestra Simon Bolivar/Filarmónica de Berlim).
Na discografia do grupo constam: Unreal Sidewalk Cartoon (Bernado Sasseti + Drumming GP), Estrenes a la Pedrera da revista cultural NEXUS da Fundació Caixa Catalunya (2008) com música de Agustí Charles, Pocket Paradise (2009) dedicado à música de Jesus Rueda, Step by Step (2013), com música de António Pinho Vargas, Mares (2016), com composições de António Chagas Rosa (considerado o melhor disco do ano pelo O Público em 2016), Horizonte Ondulado (2017) de José Manuel López López, A Liturgia dos Pâssaros (2019) homenagem a Olivier Messiaen de Daniel Bernardes, Arquipélago de Luís Tinoco (1º prémio PLAY de música clássica 2020), Textures&Lines (2020) uma criação do Drumming com Joana Gama e Luís Fernandes, Peixinho-Patriarca-Percussão (2021) do Jorge Peixinho e E. Patriarca, etc. No próximo 27 de novembro serão lançado em Serralves Play-Off (2022) de Vasco Mendonça.
Para além da sua pró-atividade ao nível da criação de novos espetáculos, fomentação de compositores e criadores sonoros da atualidade, o grupo trabalha e explora, desde a sua criação, a qualidade, personalidade e inovação do seu som, colaborando também na invenção e configuração de instrumentos ou baquetas únicas contribuindo para o aprimoramento e evolução deste meio.